quinta-feira, 2 de abril de 2009

Lui Fontes e os Poetas Marginais



Há algumas semanas ouvi o meu tio, Lui Fontes, contar histórias da juventude dele com o Cacaso. Ele falou da época em que começou a escrever poesias, como conheceu o Cacaso e como foi surgindo o grupo dos poetas marginais, do qual participou.

E aquilo mexeu comigo... Pensei: que vontade de viver nessa época em que havia todo esse movimento poético e esse grupo interessado em escrever poesia a qualquer custo, em expressar tudo aquilo que vem de dentro...

E eles não se preocupavam em publicar livros, ganhar dinheiro ou qualquer coisa do gênero. O que os poetas marginais queriam era criar, como loucos sem amanhã, vivendo o intenso ritmo do agora.

Por isso, agora, bebo dessa fonte abundante e devoro alguns desses poemas, para quem sabe mais tarde, no raiar da maturidade, eu possa me reinventar com as palavras poéticas do que já se foi.



Meu amor de Soslaio

Faz tanto calor no Rio de Janeiro
Que é bom sentir essa neve
partir do seu olhar

Lui Fontes


Caso Pernambucano

Danou-se
ou foi história de trancoso
Oxente
e eu sei?
sei não

e contou o caso

Lui Fontes

Armação de Búzios

noite quente
os mosquitos mordem
e a morena não
Lui Fontes

Separação

A mesma porta que bate
com violência
Pode ser fechada
com delicadeza
Lui Fontes

Boemia de nós dois

a gente sempre chega antes
e sai depois
Lui Fontes


Poesia

`As vezes escrevo.
O resto eu vivo.

Lui Fontes


Um comentário:

Vi disse...

gostei muito do último "Poesia"