quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Mar

Quanta melancolia entreguei a essas areias
E quanto pranto secou esse mar.
Sou assim nessa praia:
criança de colo,
consolo nas tranças do vento
aconchego no Sol.

O Mar! Ah o Mar!
Me - nina com canção de ninar
O mar me dança.
Lamento, suplico,
Me escondo.
Me escuta!

Te ouço e te entrego

meus segredos
meu pesar


Guarda o meu silêncio.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Onda que vem... Será que vai?

Sim, tenho medo. Medo de te mostrar a intensidade carmim de meus sentimentos. Sua voz é suspiro, arrepio na pele. Seu beijo me descompassa. Sei que gosta da fala clara e direta, mas sou assim: repleta de noite e mistérios.

Não vê que me afogo em seus olhos de mel? E me desmancho em seu toque? E que na nossa dança (você me enganou, seu dançarino!) me entrego tanto que me perco?

Sei que por vezes viro criança, insegura e boba.Tem noites que prendo as lágrimas e me finjo forte. E me faço rebelde para esconder a fragilidade e o despedaçar do peito.

E se você for onda que me envolve e logo se desfaz?

Onda
, fica comigo, no vai e vem do nosso mar. Vamos nos transbordar de espuma e tons.

Derrama em mim a firmeza dos seus passos, a doçura dos seus gestos, o seu balançar.

Me inunda com a sua ginga, a sua arte e o seu Sentir.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Meu Jardim

Cresci entre palavras duras, ásperas. Nunca sabia quando elas viriam, assim feito espinhos, prontas para ferir. E aprendi que não queria plantá-las em meu jardim. Preferi as margaridas, flores do campo e lírios.

É engraçado porque a pessoa que me ensinou a amar poesia, ainda pequena, até hoje esquece de utilizar essa poesia em seu cotidiano. E de que serve o belo ou a sutileza das palavras quando nos esquecemos deles em nosso dia a dia?


Em meu jardim planto:
cantos de amor, vôo de pássaros e o elevar da borboleta.