quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Alla Brasileira

Meus pés, depois desse tempo longe, logo abraçam essas areias. Que bom sentir a areia quente depois do gelo cinza do inverno. Que felicidade sentir o verão na pele depois de meses de frio na terra estrangeira. 
 

E o Mar! Ah, o mar... azul esmeralda que rouba meus sorrisos.

De noite o corpo grita de alegria no samba da Lapa. E assim, como num despertar, a dança e o frescor alla brasiliana voltam e fazem vibrar a minha alma.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Nosso Amor


Quando penso em te encontrar (mais uma vez), depois do Mar e do Tempo que nos separam, meu coração bate vibrante e nervoso. Cada reencontro é como o primeiro encontro. Ao seu lado viro sorriso branco, borboleta amarela, bolinhas de sabão que encantam as crianças. E sim, por vezes também viro capricho.  

Adoro a brincadeira do nosso dia a dia, a nossa troca, a nossa espontaneidade. E sei que os momentos vem e vão, mas com você parece que tudo acontece mais fácil, que o ar se torna mais leve e rarefeito, as cores vibrantes, os aromas mais marcantes. 

O nosso amor acalma o choro e desabrocha o botão das rosas.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Diante do Novo

Ultimamente as marés me levavam de um continente ao outro. E cansada de tanto viajar e  me sentir sem chão, resolvi (mais uma vez) optar pela mudança. Mudança de casa, de país, de tempo. Me espera o desconhecido.  O desconhecido de uma relação a dois. Do amor.


E com tantas mudanças sinto um turbilhão de emoções que é difícil de expressar em palavras. 


Ontem fui ao samba e pensei que adoraria que a vida fosse sempre leve, alegre e simples: como o samba. Mas a vida é complexa em certos momentos. 


E por isso sambo e danço. 
Canto para aliviar o peso, os medos e as inseguranças diante do novo. 


Diante do oceano.  


Pois é: resolvemos casar.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Primavera

Aqui as árvores voltaram a florescer: de branco, rosa, amarelo, infinito. O verde voltou a acordar e cobre tudo com seus tons variados. Também a minha alma nessa primavera voltou a desabrochar. 


No frio daqui me sentia seca, sem cor como um galho que estala na branquidão da neve. Agora meu coração canta com os pássaros e renasce junto das flores avermelhadas com cheiro de sol.

terça-feira, 20 de março de 2012

Caminho

Ana sentia-se triste. O coração desanimava porque tinha acreditado que com ele seguiria um caminho, mas o rio fluiu para outro. E assim, desnorteada, sem saber para onde olhar, sentia seu peito para ver se ali encontrava resposta.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ninho

Meu coração vaga por uma nova terra. 
Por vezes sente frio...
Outras vezes, sente-se perdido. 
O mais difícil, diz o coração para mim, é que me sinto sozinho. 

Sinto falta dos amigos, dos lugares coloridos, da natureza, do sol, da praia, da música brasileira, da conversa despreocupada a beira mar. 

Ainda assim, ele tenta experimentar o novo. 

Mas que falta lhe faz o seu ninho!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Os Olhos

Tem dias que Giulia acorda e tem vento dentro dela. Há quem diga  que é melhor ignorar os furacões internos, afinal os nossos olhos não são feitos para olhar para fora? Mas Giulia insiste em me dizer que bom mesmo é olhar para dentro. Aliás, olhar não, disse ela, mergulhar pra dentro. E é claro que perguntei o que faria caso me afogasse dentro de mim mesma. Ao que ela respondeu que quem olha só para fora seca o brilho dos olhos. Porque o que vemos de belo vem através de nossos olhos de dentro, aqueles que nos conectam com o nosso sentir. Olhar só para o externo sem ver o que existe dentro de si é o caminho dos cegos. 


Palavras de Giulia.


Ah, e caso você esteja quase se afogando nas emoções de dentro é só botar para fora: as lágrimas. E então os olhos de dentro namoram os olhos de fora.

Alegria



Giulia queria plantar arcos-íris 
Dar um salto estrela na areia
Sentir a água no rosto
Adormecer sob o sol


Namorar os girassóis
Deixar escorrer a areia fina por entre os dedos
Soprar os dentes-de-leão 
e depois
voar com eles.


Queria amarrar em seu peito a Alegria 
para nunca mais perder-se dela.  

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Saudades

Sombria. Assim me sinto quando você se vai. Tento ignorar o aperto no peito, finjo que logo passa. Os primeiros dias são sempre os piores. Fico achando que você vai voltar e entrar pela porta a qualquer momento, de sorriso aberto. 
A noite, sua ausência dói demais. 


Achava que com o tempo iria me acostumar com a distância, mas é ao contrário. Está cada vez mais doloroso ter que me afastar de você. Até porque foi tão maravilhoso passar esses últimos dias com você. Nosso ano novo foi amor, dança (com chuva!) e música de mar.


Depois veio a praia, o sol, o seus braços a me envolver, a areia, a bossa-nova, meus lábios a te beijar, o samba, o mar turquesa, a Bahia e nesse pedaço de paraíso: o nosso primeiro ano juntos. Só de lembrar me escapa um sorriso. 


Que esse primeiro ano nosso, tão nosso, possa se multiplicar em momento-pétalas de amor infinito.