terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Busca sem fim

Tem dias que percebo dores e emoções que vem sabe-se lá de onde... E a mente fica tentando racionalizar de onde veio aquele sentir. Só que muitas vezes, a mente não sabe a resposta.

O quanto realmente nos conhecemos? E como descubro de maneira profunda quem eu sou verdadeiramente? Não falo daquele eu sou que diz que minha profissão é tal, meu nome tal, etc. Falo de um "eu sou" que está além de todas as falações da mente e de todas emoções inconscientes que vem`a tona.

Alguém sabe a resposta?


Durante anos, venho tentando me conhecer através de diversas terapias e técnicas de auto-conhecimento. E apesar disso, sinto em alguns momentos que conheço apenas partes mínimas, fragmentos de mim.

A complexidade de existir é tamanha, o mistério de ser é tanto que só me resta respirar...

A busca é infinda.

Luluca - flor e céu




Luluca chegou! De bochechas rosa flor.
Para o calor dessa Terra, ela traz flor e céu.
Luluca sorri e clareia nossos cinzas.
Até seu chorinho nos faz cantar.

Ficamos (todos) apertados em volta do berço
contemplando o seu ninar.


(Com que sonhas neném?)


Luluca é anjo
Sorriso da manhã

Borboleta que colore nossas horas

Nosso tempo
Nosso ar.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sua melodia

A vaga do mar leva a dor
E traz o sorriso do homem

Me encho de cor...

Me ensina a dançar no seu balanço!

Pega na minha mão e me roda.

Me deixa tonta,
E me revela a sua melodia.

Hoje

Só posso te dizer do amor que sinto agora.
Pois amor de amanhã é como sombra da tarde, longe do sol.

Gosto desse nosso amor de meio dia: amor a pino!
No meio dia (e na meia noite) cantamos palavras de chuva

Viramos crianças do alvorecer
E nos enlaçamos feito gatos.

Para que tantos "e se..."

O nosso amor é hoje.


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Índios Fulniô



Os índios Fulniô volta e meia fazem uma visita ao espaço Rampa (na roda de cura das terças feiras). Tive o privilégio de ver e participar de alguns de seus rituais indígenas de cura: rituais de extrema beleza e vigor. Um dos índios fulniô disse que achava o homem branco mais forte que o índio, por conseguir viver no caos da cidade grande. Ele disse que não sobreviveria em uma dessas cidades.

Tento descrever aqui algumas sensações sentidas durante esses rituais indígenas:

Os pés batem cadenciados e tudo que parecia morto vibra por dentro. O canto, o chocalho e a dança fulniô transformam a sala em magia rodopiante, em sensações que não se explicam. Mas o sentir pulsa junto com os pés que batem no chão. O cheiro de ervas no ar se mistura com o canto enigmático que invade os ouvidos e consome cada sombra interna. Em um instante, o tempo suspende e só existe aquele momento: o profundo de cada um.

Os rituais dos índios fulniô me trazem vida. Não a "vida do cotidiano", muitas vezes mecânica e seca. Mas aquela vida esquecida, que deixamos de lado a cada vez que esquecemos de nós mesmos, a cada vez que vamos deixando os sonhos de lado: a vida do coração.