Os índios Fulniô volta e meia fazem uma visita ao espaço Rampa (na roda de cura das terças feiras). Tive o privilégio de ver e participar de alguns de seus rituais indígenas de cura: rituais de extrema beleza e vigor. Um dos índios fulniô disse que achava o homem branco mais forte que o índio, por conseguir viver no caos da cidade grande. Ele disse que não sobreviveria em uma dessas cidades.
Tento descrever aqui algumas sensações sentidas durante esses rituais indígenas:
Os pés batem cadenciados e tudo que parecia morto vibra por dentro. O canto, o chocalho e a dança fulniô transformam a sala em magia rodopiante, em sensações que não se explicam. Mas o sentir pulsa junto com os pés que batem no chão. O cheiro de ervas no ar se mistura com o canto enigmático que invade os ouvidos e consome cada sombra interna. Em um instante, o tempo suspende e só existe aquele momento: o profundo de cada um.
Os rituais dos índios fulniô me trazem vida. Não a "vida do cotidiano", muitas vezes mecânica e seca. Mas aquela vida esquecida, que deixamos de lado a cada vez que esquecemos de nós mesmos, a cada vez que vamos deixando os sonhos de lado: a vida do coração.
Os rituais dos índios fulniô me trazem vida. Não a "vida do cotidiano", muitas vezes mecânica e seca. Mas aquela vida esquecida, que deixamos de lado a cada vez que esquecemos de nós mesmos, a cada vez que vamos deixando os sonhos de lado: a vida do coração.
Um comentário:
Maravilhoso. No ano 1999 estive em Recife e conhoci uma tribu fulnio..ainda lembro desse momento maravilhoso de encontro entre seus cultura e meu cultura (sou chileno)
Abraços
Pedrinho
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