domingo, 30 de maio de 2010

Encontrando o Espaço Interior

Outro dia uma amiga estava em crise por estar ficando mais velha. Então pensei que a cada ano que passa tenho me sentido melhor. É como se a idade estivesse me deixando mais leve feito folha ao vento.

Quando criança nem a minha roupa escolhia! E quem disse que é fácil ser criança? Tive momentos claros e coloridos. Mas outros foram escuros e vermelho sangue. A questão maior era não conseguir expressar e traduzir os meus sentimentos de dor, tristeza, raiva, solidão. Na adolescência tudo era tão intenso e incerto. Ficava buscando um rio a seguir, uma solução externa para meus conflitos internos.

Hoje sei que não existe uma solução externa ou algo de fora que vá solucionar todas as minhas angústias e anseios de dentro. Então, busco a harmonia interior. É fácil? Claro que não! É uma busca de vida. Mas gostaria de falar para vocês sobre o espaço interior com o qual tenho conseguido me conectar todos os dias (alguns o chamam de Ser). O contato diário com esse espaço interno me dá energia (sinto sensação física de calor mesmo), bem estar, paz e alegria.

Consegui achar esse espaço de paz interior quase sem querer lendo o livro "O Poder do Agora." O mais incrível é que não estava em posicão de lótus ou emanando mantras ou nenhuma coisa parecida ao achar esse espaço de presença e serenidade. Na verdade, nessa época eu nem meditava por não agüentar ficar cinco minutos sentada na mesma posicão! Estava simplesmente lendo esse livro ("O Poder do Agora" de Eckart Tolle) em um café quando a transformação interna aconteceu e desde então minha vida não foi mais a mesma.

Compartilho isso aqui porque se aconteceu comigo de uma maneira tão simples tenho certeza que muitos outros podem achar também esse espaço do sol interior. Ele está tão perto da gente, basta querer encontrá-lo.
E desejo sinceramente que cada vez mais pessoas possam achar essa estrela plena. Sinto que muitas pessoas estão no automático e que perderam o contato com a essência que dá sentido a vida. Percebo tantos olhares perdidos e vazios. Como gostaria de poder fazer brotar uma era de alegria em cada um desses corações murchos. Só que não tem jeito, a pessoa tem de buscar por si mesma esse espaço de que falo para vocês agora. Mas ele existe!

Ainda tenho problemas e desafios como todo mundo, mas o contato com esse espaço de presença interior facilita (e como!) os pesares da vida. E por isso termino com uma frase que um professor querido sempre me escreve: "a paz começa comigo".

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Estrela de Belém




Flor Estrela- de -Belém, mais conhecida como
a famosa essência floral de Bach, "Star of Bethelem", que cura
traumas, dores e tristezas. Não são lindas?


O nosso amor foi como a flor Estrela- de- Belém: estrelado e branco. E repito, mais uma vez, que você foi brisa suave em minha vida, pois brisa quente vindo do mar acolhe, abraça e ama com carinho.

Você foi riacho aguando o meu pesar, lavando meus por quês e e serás. Com você vivi o momento e apesar de ter partido como onda do mar, as lembranças de você são de: cores,
jabuticaba(!), alegria, leveza, pulo de carnaval, beijos, brincadeira, afeto e... brisa.

Estrela de Belém - que alivia as maiores tristezas- possa você expressar seu olhar terno e sua fonte de brancura a outros sorrisos.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Flores do Norte

Para Natasha, Luluca e Tomás

Dessa vez foi doce o borboletear naquela Terra do Norte.
Apesar do frio tempo, só sentia calor e ternura junto a Luluca e seus pais.

E mais uma vez suspiro: que lindo é o amor desses pássaros. E que sorte a minha de fazer parte (mesmo de longe) deste ninho.

Minhas flores do norte, amor como o de vocês é
quase de outro mundo, sabia?


É cometa e infinito; água branda que aclara; gesto que acolhe.


Perto de vocês, sinto-me inebriada de amor e volto para essa Terra do Sul com aroma de bolo quentinho, recém saído do forno.

E apesar da distância (e da saudade), levo comigo a música, a flor, e o aroma de bolo quentinho (de vocês) bem guardados no peito.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A menina e a chuva


ilustração: Irizs Agocs

Quando chovia, Aninha levava seu guarda-chuva para fora de casa, colocava-o de cabeça para baixo e ficava lá guardando a chuva.

Afinal, não é essa a função de um "guarda-chuva"? Os adultos não entendem nada, pensava ela. A chuva para Aninha era mistério, água que desfaz e refaz o mundo.

Sentia a água tocar seu rosto e amarrotar os seus cabelos. Não tinha medo da chuva. Gostava do tremelicar das gotas em sua pele.

Depois de guardar um tanto de chuva, chegava perto para escutá-la. A chuva escondia segredos que Aninha ouvia com os olhos. Ria ao ouvir histórias de outros ventos e estrelas. Por vezes se emocionava com as histórias de outros olhos.

No fim, sentia a ausência da chuva... e tentava redescobri-la no tintilar de gotas das árvores, telhados, frestas e nas águas guardadas do caminho.

Na chuva sentia-se perto do céu.