quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Fim


ilustração: Irisz Agocs

Mais uma vez sinto a dor do Fim.


Tem Fim que é suave: vento cantando no rosto (esses são raros).

Fim é pausa na respiração.
É tempo de rearrumar tudo por dentro.


Tem fim que desequilibra e transborda a cachoeira dos olhos. Tem fim que tira o sono e nos revira por dentro feito maremoto. Tem fim verde-lama, cinza chuvoso e até preto desbotado.

Nem sei bem a cor desse fim...

A verdade é que só quem passa por um Fim é que sabe o tamanho do grito de dentro, a profundidade do corte no peito e quanto tempo vai precisar para pintar aquela dor com uma nova cor.

Um comentário:

Raphael Lima disse...

As vezes pode levar um segundo ou levar a uma nova cor que ninguém jamais pintou ou pintará... Ou pode levar um tempo largo, mas o tempo do relógio neste tempo do fim deixa de existir, eu sinto, e as horas se transformam em vácuos e dores que transportam o eu dolorido para o Espaço... Não sei, é o que eu acho sinto. Não sei mesmo. Mas o fim dá sempre para um novo começo... Fim do verão, começo do outono... Fim do dia começo da noite... Fim de um namoro, começo de um se amar melhor... Fim de um almoço de domingo, começo de um sono tão bom... Fim do amor, fim do Amor? Não, não e não! O Amor mesmo essa COISA é sem fim! E ai é questão respondida com Fé...
Perdoa minha liberdade verborrágica Tonin, aqui no teu Alegroso blog Alegria. Mas é que esse teu Fim me fez sentir possibilidades de tantos outros recomeços de tantas cores que se recolorem em-mim que não aguentei: Os dedos, na ponta de lança do coração sairam escorregando neste teclado...
E eu te desejo muita Alegria! Sem fim, sem começo! Como a vida de um Deus que existe eternamente a dançar com as nuances do Quadro Cósmico onde estamos a ser pintados e onde também colorimos.

Nossa!
Viajei...

Até