domingo, 20 de dezembro de 2009

Pontos


Tarde


Na folha
o sol seca

o choro da manhã
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Solidão

Solidão escorre da noite
E veste meus olhos
de saudade
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Solidão II

Solidão de Lagarta
Faz a Borboleta
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Véu


Véu que faz chorar
Faz nascer a lua
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Ponto

Ponto no céu vaga-lume
Quero senti-lo cá dentro
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Lava

Tem dias que chove aqui dentro. São gotas de lava escura que viram meu olhos do avesso e me fazem olhar para dentro. A lava lava tudo... E depois traz o vai e vem das ondas. E onda do mar nunca é igual a outra. É como sorriso de lua.

Quando mais nova tinha tudo planejado (até o final da vida! Ha ha ha!). Uma parte minha ainda acreditava em certos clichês: se tiver vários títulos terei sucesso na vida; só tenho valor através do trabalho; quando conseguir mais dinheiro estarei melhor; no futuro e sempre no futuro as coisas vão melhorar. E de que adianta tantas regras ("tem que ser assim!") se nada disso preenche o vazio que em alguns momentos se faz presente?

Não são os diplomas na parede, nem os dogmas, nem o futuro que preenchem esse espaço de dentro. Disso eu já sei. E por isso, tento buscar o indecifrável que me nutre; o ninho que me acolhe e cobre a lava escura.

Vago em busca de Flor que desabroche.

De Semente que germine o peito.

Do Respiro no silêncio.

Do Sim do infinito.