Tem dias que chove aqui dentro. São gotas de lava escura que viram meu olhos do avesso e me fazem olhar para dentro. A lava lava tudo... E depois traz o vai e vem das ondas. E onda do mar nunca é igual a outra. É como sorriso de lua.
Quando mais nova tinha tudo planejado (até o final da vida! Ha ha ha!). Uma parte minha ainda acreditava em certos clichês: se tiver vários títulos terei sucesso na vida; só tenho valor através do trabalho; quando conseguir mais dinheiro estarei melhor; no futuro e sempre no futuro as coisas vão melhorar. E de que adianta tantas regras ("tem que ser assim!") se nada disso preenche o vazio que em alguns momentos se faz presente?
Não são os diplomas na parede, nem os dogmas, nem o futuro que preenchem esse espaço de dentro. Disso eu já sei. E por isso, tento buscar o indecifrável que me nutre; o ninho que me acolhe e cobre a lava escura.
Vago em busca de Flor que desabroche.
De Semente que germine o peito.
Do Respiro no silêncio.
Do Sim do infinito.